segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CÓCEGAS SE DESPEDE DA CIDADE DE VITÓRIA-ES









Amigas dentro e fora dos palcos, nada mais natural que Heloísa Perissé e Ingrid Guimarães acabassem dividindo um mesmo espetáculo teatral. "Cócegas" surgiu como fruto dessa união estável que já dura mais de dez anos. Tudo começou em 2001, depois que elas fizeram um show juntas, sem pretensão alguma.

De lá para cá, a parceria deu tão certo que a peça virou um fenômeno dos palcos brasileiros, e que os capixabas terão a última oportunidade de conferir neste final de semana, no Centro de Convenções de Vitória. É que, no início de 2012, a peça deve deixar de ser apresentada.

Durante o espetáculo, o que não dá é ficar sem rir. As atrizes alternam diferentes papéis e dividem o palco na encenação de dois quadros. Mesmo quem nunca assistiu ao espetáculo vai se lembrar de alguns personagens apresentados. É o caso da adolescente Tati (Perissé), que vive reclamando da mãe e fofocando com as amigas pelo telefone. Outra figuraça é a modelo anoréxica Leandra Borges (Guimarães), que só se alimenta de rúcula, gengibre e água para manter a beleza. Ambas já tiveram um quadro no "Fantástico" (Globo).

"Esses personagens já existiam antes mesmo da peça. Fazíamos esses personagens na 'Escolinha do Professor Raimundo'. Tínhamos também textos individuais. Outros criamos. Sempre escrevemos. Nós duas pretendíamos montar um monólogo com nossos textos. Acabou que resolvemos juntar tudo e surgiu 'Cócegas'", explica Heloísa.

A peça é dividida em nove esquetes diferentes. As atrizes só interagem em dois quadros, que é justamente o clímax do espetáculo. Outros personagens apresentados são a professora de ginástica que fala sem parar, as duas mulheres "cachorras", a evangélica, a mulher "encalhada" e as atrizes figurantes de programas infantis. Há também uma intelectual formada em física quântica, mas que tem curvas de Carla Perez, que tenta fazer com que a primeira qualidade não apague a segunda.

As histórias apresentadas em Cócegas, defende Ingrid, são engraçadas, mas têm viés crítico. "É como a própria sensação de cócegas: você ri e se delicia com o humor, mas tem uma pontinha de incômodo, de questionamento", afirma.

De tanto rodar pelo país, elas acabam colocando alguns sotaques ou piadas locais no meio dos textos. Por isso, vale a pena fica bem atento para ver se as atrizes farão algo sobre os capixabas.

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